sexta-feira, 16 de julho de 2010

V A Viagem

Você deve ter entendido o meu conselho; aceite- o, se quiser, mas agora vamos a uma página muito importante de minha vida.
Morava eu numa pequena cidade do interior, tinha eu um sonho de ir para uma cidade maior. Meus pais deram-me a oportunidade de morar com o meu tio: peguei uma autorização e viajei sozinho de ônibus; a viagem era muito cansativa, havia várias paradas, paradas estas que demorava muito.
Depois de cinco horas de viagem, o ônibus parou numa cidade, várias pessoas entraram e outras saíram; uma garota entrou e pediu para se sentar junto de mim. Como eu estava sem acompanhante aceitei, e não havia como não aceitar uma vez que ela era linda; perguntei seu nome ela respondeu que se chamava (imagine quem?) exatamente Juliana. Eu disse que se chamava Icaas e que estava indo para uma cidade que, por ironia do destino, era a mesma, que a dela. Nós conversamos muito, sobre várias coisas.
― Você tem namorado? ― perguntei.
― Não! Ainda não encontrei.
Fiquei muito feliz com aquela resposta: eu também não tinha namorada, mas a partir daquele momento que vi Juliana a amei e não havia como não amá-la, porque sua beleza era incalculável. Tudo bem, ela não era perfeita, afinal, ninguém é, mas a sua beleza era exatamente incomparável, tinha apenas um defeito: algumas espinhas, apenas algumas espinhas, nada mais, o que não me
fez menos feliz.

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